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"A Religião na Comunidade Cigana"

24/04/2020

Em Portugal, há ciganos católicos e evangélicos - sendo que as igrejas evangélicas ganharam grande força nos últimos anos dentro desta comunidade.


O povo cigano adaptou, até aqui, as suas crenças às religiões dos países que os recebiam. Encontram-se por isso, ciganos católicos, protestantes, ortodoxos ou muçulmanos, segundo o país onde se instalaram.


A comunidade cigana, em Portugal, era maioritariamente católica até aos anos 70, até adotarem as crenças e as práticas do movimento evangélico cigano, que se traduziu na criação da Igreja Evangélica de Filadélfia de Portugal. O
nome Filadélfia refere-se a uma das sete igrejas do livro do Apocalipse.


A Igreja Evangélica de Filadélfia baseia-se numa fé simples e direta, adaptando-se perfeitamente a grupos intensamente devotos, sem grandes interesses teológicos ou doutrinas complexas, sendo, pelo contrário, uma fé que é vivida no dia a dia. A liturgia é aberta e apresenta alguns elementos de improvisação. Embora a prática religiosa não seja totalmente definida, reencontram-se alguns momentos rituais em todos os cultos: tempos de cânticos, de oração e de predicação. Essa flexibilidade nos rituais permitiu aos ciganos adaptá-los às suas necessidades e sensibilidades. Os cultos, quase exclusivamente frequentados por ciganos, impressionam pela força das suas convicções e pela sinceridade do seu entusiasmo. A organização desta Igreja é relativamente simples. Organizada a partir de congregações locais, sob a responsabilidade de um pastor cigano. As congregações são autónomas, embora reunidas pela mesma fé e por uma hierarquia comum. Esta última compõe-se por um simples conselho de administração: um presidente, um secretário e quatro responsáveis de zona (Lisboa, norte e centro, Alentejo e Algarve), eleitos, todos os anos, pelos pastores da Igreja. A este conselho participam igualmente, a título permanente, os anciãos, ou seja, pastores que pela sua idade já não administram nenhuma Igreja. É o caso do pastor Quim, primeiro pastor cigano português. Além dos cultos semanais (podendo ser até quatro), existem «campanhas regionais» (cultos alargados) mensais e a «campanha nacional». Cada congregação local considera-se independente e vê o seu pastor como um guia ou líder carismático que recebeu o seu dom do Espírito Santo.


Atualmente existem cerca de 350 Pastores Ciganos e aproximadamente 110 igrejas espalhadas em todo o Portugal e ilhas.


Na zona da Beira Baixa existem 7 igrejas distribuídas pelas seguintes zonas:
Castelo Branco, Zebreira, Guarda, Tortosendo, Caria, Belmonte e Celorico da Beira, sendo que no concelho de Castelo Branco apenas existe 1 Igreja Evangélica de Filadelfia Cigana, encontrando-se a mesma no centro histórico da cidade de Castelo Branco.


As grandes transformações que se registam na sociedade afetaram particularmente a vida dos ciganos e, por conseguinte, provocaram alterações nos seus modos de vida, nem sempre de modo positivo, ameaçando diretamente as suas tradições seculares. Neste novo contexto, ao qual é necessário acrescentar uma conjuntura económica difícil, duas formas de adaptação surgiram simultaneamente: uma religiosa, com o movimento de Pentecostes, e outra sociopolítica, com organizações ou associações ciganas que se formam um pouco por todo o mundo. Estes dois fenómenos têm funcionado como dois importantes fatores de coesão social, entre os diferentes grupos ciganos. 


A maior parte do povo cigano tem a sua fé em Jesus Cristo, através da Igreja Evangélica de Filadélfia cigana.

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